Vida saudável

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A importância de cuidar de si

Autora: Profa. Dra. Luciana Angelo (Departamento de Psicologia da SBH)

Em um grupo de amigos o papo rola solto: quem vai trazer bebida para o churrasco? E quem compra as carnes? Tem alguém que não coma carne? E salada? Precisa?

Ah, papo de quase todo bom grupo de amigos em algum fim de semana do mês. Não só o famoso churrasco, mas a feijoada, a torta, o pão de queijo com pernil, entre outras tantas refeições. Momentos de afeto, de encontros e emoções inesperadas.

Se por um lado, o encontro com pessoas queridas é recomendado como uma estratégia para fortalecer o bem-estar psicofísico, incentivando o convívio, a risada, o lazer e a sensação de sermos acolhidos por alguém. É fato que muitas vezes não nos damos conta que podemos organizar a forma de participarmos desses momentos lúdicos.

Organizar o que fazer, o que comer e beber parece num primeiro momento muito formal, mas na verdade, faz parte daquilo que chamamos de autogerenciamento de sua saúde. Sim, você está vivo e para manter-se bem e com disposição para o encontro entre amigos é preciso disposição para conectar-se consigo e saber quais são as suas necessidades.

Por exemplo? Se você teve uma semana tensa, com dificuldades para dormir ou descansar, com prazos a serem cumpridos, com tarefas novas que não tem facilidade ou rapidez em performar ou mesmo conheceu nova chefia, foi desafiado(a) a mostrar suas habilidades, seja elas quais forem… seu fim de semana poderá ser constituído pelo seguinte pensamento: preciso, quero relaxar… E o que significa relaxar para você? Quando você pensa em relaxar qual ou quais imagens lhe surgem na cabeça? Esse momento é o momento de organizar as suas necessidades.

Passar um dia ou fim de semana consciente pode lhe exigir alguns momentos de planejamento. Quero dançar, ouvir música, beber, comer… Quanto? Ah… essa é a pergunta que não quer calar! Lidar com os instintos mais primitivos e que são “liberados” em uma situação de “relaxamento”, como descrita anteriormente. Instintos que nos levam aos impulsos e aí não basta só um copo ou outro de bebida, um ou outro prato de comida, mas horas repetindo o mesmo comportamento: consumindo algo para preencher um espaço afetivo que pode ser o vazio, a frustração da semana estressante, que se não tratada pode levar em meses à Síndrome do Esgotamento Profissional (Burnout).

E precisa? Por que de fato apertamos, às vezes, aquele derradeiro botãozinho (…?…) e quase nos distanciamos de nós mesmos, como se alguém pudesse pegar a gente pela mão e cuidar para que voltemos aos trilhos? Por que dar a nossa vida para que alguém tome conta dela? Sentir-se competente para este cuidado é um trabalho árduo para os que creditam no outro a solução de seus problemas.

Aprender como lidar com nossas expectativas e frustrações, emoções presentes em todos os nossos papéis sociais (filho(a), amigo(a), companheiro(a), profissional, entre outros). Cuidar de nós mesmos pode ser bom e surpreendente. Por isso, curta a vida e cuide-se!