O que é hipertensão?
Normalmente, o sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos ou movimentar-se, exerce uma força contra a parede das artérias. Quando a força que esse sangue precisa fazer está aumentada, isto é, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue dizemos que há hipertensão arterial, ou popularmente pressão alta.
O coração trabalha em dois tempos:
Contração para expulsar o sangue. A força é máxima e esse processo é chamado de sístole. Relaxamento do coração entre as contrações cardíacas. A força é mínina e esse processo é chamado de diástole. órgãos-alvo da hipertensão: coração (risco de cardiopatia como a insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio), cérebro (AVC – acidente vascular cerebral), vasos e rins (insuficiência renal).
A pressão arterial é resultado de um produto:
Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica.
Em outras palavras, quando houver um aumento no volume de sangue a ser ejetado, por exemplo quando os rins não funcionam normalmente ou quando o coração contrai de modo insuficiente, ou quando a freqüência cardíaca aumenta, isto é, o coração bate mais vezes por minuto para ejetar um determinado volume de sangue, ou quando a resistência oferecida pelas artérias para a passagem do sangue estiver aumentada, ocorre aumento da pressão arterial.
Outra possibilidade é as artérias de maior calibre perderem sua flexibilidade normal e tornarem-se rígidas, de modo que elas não conseguem expandir para permitir a passagem do sangue bombeado pelo coração. Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta.
A marca registrada da pressão alta é, em última análise, o aumento da resistência vascular. Isto pode acontecer, por exemplo, quando artérias muito finas (arteríolas) se contraem temporariamente devido à estimulação nervosa ou por hormônios presentes no sangue.
Como se mede?
A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela é medida em milímetros de mercúrio.
Com esta medida, são determinadas duas pressões:
Mínima: Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica)
A pressão arterial é transcrita com o valor da pressão sistólica seguido por uma barra e o valor da pressão diastólica. Por exemplo: 120/80mmHg (milímetros de mercúrio) – Lê-se: cento e vinte por oitenta.
Valor ótimo de pressão arterial: < 120 x 80 mmHg (12 por 8)
Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg
Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: < 130 x 80 mmHg
Quando uma pessoa é considerada hipertensa?
Classificação da pressão arterial em adultos – quando as pressões sistólica e diastólica de um indivíduo são classificadas em diferentes categorias, a mais alta é utilizada para classificar sua pressão arterial. A pressão arterial ideal para a minimização do risco de problemas cardiovasculares situa-se abaixo de 120/80 mmHg.
Para a maioria da população, a pressão arterial deve estar abaixo de 140 e/ou 90mmHg, exceto para os diabéticos ( < 130/85 mmHg) e renais crônicos (indo até < 120/75 mmHg).
Quais são as causas?
Na maioria das vezes não conseguimos saber com precisão a causa da hipertensão arterial, mas sabemos que muitos fatores podem ser responsáveis.
Fatores externos:
Hereditariedade: Recebemos a pré-disposição, que pode apresentar-se em vários membros da família. Idade: O envelhecimento aumenta o risco em ambos os sexos. Raça: Pessoas da raça negra são mais propensas a pressão alta. Peso: A obesidade é um fator de risco!
Fatores Internos:
Falta de exercício: A vida sedentária contribui para o excesso de peso. Má alimentação: pouco consumo de frutas e verduras e aumento do consumo de comida rápida Sal em excesso: pode facilitar e agravar a hipertensão arterial. álcool: O consumo exagerado de compromete a pressão arterial. Tabagismo: é um fator de risco das doenças cardiovasculares Estresse: excesso de trabalho, angústia, preocupações e ansiedade podem ser responsáveis pela elevação da pressão.
Quais são os sintomas?
Na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial não causa sintomas, apesar da coincidência do surgimento de determinados sintomas que muitos, de maneira equivocada, consideram associados à doença, como por exemplo, dores de cabeça, sangramento pelo nariz, tontura, rubor facial e cansaço.
Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, apresenta dores de cabeça, vômito, dispnéia ou falta de ar, agitação e visão borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.
Quais são as consequências?
Se não tratada, a pressão alta pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito), insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão que podem levar à cegueira.
Como faço o diagnóstico?
A pressão arterial deve ser aferida com o paciente na posição sentada, respeitando um período de repouso de 5 minutos. Medidas com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg são consideradas altas, mas não é possível basear o diagnóstico apenas em uma leitura. Muitas vezes são necessárias várias leituras para estabelecer o diagnóstico. Se a leitura inicial apresentar um valor alto, deve-se então, medi-la novamente, em seguida, mais duas vezes e, em pelo menos mais dois outros dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial. As leituras não apenas revelam a presença da hipertensão arterial, mas também auxiliam na classificação de sua gravidade.
“Hipertensão do jaleco branco”: O estresse decorrente da consulta a um médico faz com que seja diagnosticado como hipertensão em alguém que, fora do ambiente hospitalar apresentaria uma pressão arterial normal.
“Hipertensão mascarada”: Hipertensão arterial mascarada é a situação na qual a média da pressão arterial determinada através de monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) ou monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) está elevada e a medida de pressão arterial em consulta médica está normal.
Como é o tratamento?
A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações.
A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos imediato, como no caso de pacientes com níveis de pressão arterial acima de 180/110 mmHg, a maioria dos pacientes deve ter a oportunidade de reduzir sua pressão arterial através de tratamento não farmacológico, por meio de medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida
Meça sua pressão arterial regularmente Tenha uma alimentação saudável: Evite: açúcares e doces, frutas, derivados de leite na forma integral, com gorduras, carnes vermelhas com gorduras aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados como embutidos, conservas, enlatados, defumados, charque. Prefira: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados. Pratique atividade física pelo menos 5 dias por semana. Faça caminhadas, suba escadas ao invés de usar o elevador, ande de bicicleta, nade, dance.
Diminua a quantidade de sal na comida. Use no máximo 1 colher de chá para toda a alimentação diária. Não utilize saleiro à mesa e não acrescente sal no alimento depois de pronto.
Diminua o consumo de bebidas alcoólicas.
Não fume! Depois da hipertensão, o fumo é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares
Controle o estresse (nervosismo). Tente administrar seus problemas de uma maneira mais tranqüila. A “arte de viver bem” é enfrentar os problemas do dia – a – dia com sabedoria e tranqüilidade.
Siga as orientações do seu médico, elas contribuirão para o controle da pressão arterial e para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares: Se utilizar medicamentos: Tome as medicações conforme a orientação médica Se tiver qualquer dúvida sobre o medicamento, converse com seu médico Compareça às consultas regularmente Não abandone o tratamento.
E os tratamentos medicamentosos?
O objetivo do tratamento medicamentoso é reduzir a resistência vascular periférica, promovendo vaso-dilatação. Os diferentes agentes anti-hipertensivo o fazem por diferentes mecanismos. Entre os agentes de primeira linha recomenda-se a utilização de:
diurético tiazídico: inicialmente promovem diminuição da quantidade de sal e água do organismo, e posteriormente promovem dilatação das artérias, diminuindo desta forma a resistência vascular e a pressão arterial.
antagonistas do cálcio: produz dilatação dos vasos sanguíneos através de um mecanismo diferente. Especialmente indicado para os indivíduos de raça negra, idosos.
betabloqueadores: – bloqueia os efeitos do sistema nervoso simpático, sistema que pode responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial.
inibidores da ECA – enzima conversora da angiotensina: reduzem a pressão arterial através da dilatação das artérias.
bloqueadores do receptor da angiotensina II: reduzem a pressão arterial através de um mecanismo similar ao mecanismo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina – porém de forma mais direta e com menos efeitos colaterais.
Além desses, outras classes usadas em associação são:
Simpatolítico de ação central: atualmente tem o uso mais indicado em gávidas.
Vasodilatadores diretos – dilatam os vasos sanguíneos com outro mecanismo.
Diazóxido / nitroprussionato, nitroglicerina / labetalol (via intravenosa) – utilizado em emergências hipertensivas – como a hipertensão arterial maligna – exigem redução rápida da pressão arterial.